domingo, 24 de maio de 2009

XI

E assim passa, chorando, as noites belas,
Sonhando uns tristes sonhos doloridos,
E a reflectir nas góticas janelas
As estrelas dos céus desconhecidos.

Pudesse eu ir sonhar também contigo
E ter as mesmas pedras no jazigo.
(in 'Responso' - O livro de Cesário Verde e poesias dispersas, Cesário Verde)

2 comentários:

Anónimo disse...

"...fingir que está tudo bem: o corpo rasgado e vestido
com roupa passada a ferro, rastos de chamas dentro
do corpo, gritos desesperados sob as conversas: fingir
que está tudo bem: olhas-me e só tu sabes: na rua onde
os nossos olhares se encontram é noite: as pessoas
não imaginam: são tão ridículas as pessoas, tão
desprezíveis: as pessoas falam e não imaginam: nós
olhamo-nos: fingir que está tudo bem: o sangue a ferver
sob a pele igual aos dias antes de tudo, tempestades de
medo nos lábios a sorrir: será que vou morrer?, pergunto
dentro de mim: será que vou morrer?, olhas-me e só tu sabes:
ferros em brasa, fogo, silêncio e chuva que não se pode dizer:
amor e morte: fingir que está tudo bem: ter de sorrir: um
oceano que nos queima, um incêndio que nos afoga." - José Luís Peixoto

With all my love,
Artemis

DarkViolet disse...

Os jazigos sepultam Almas vivas, retorno dos véus a descobrirem alvoradas

Este submundo da saúde é demasiado permissivo, quando se penetra nele é que se percebe como o país "caminha". é preciso ter esperança que algumas pessoas tenham vontade em se revoltar e criar mais solidariedade