sábado, 8 de novembro de 2014



- 1ª semana - 

Para mim como foi a primeira vez que andei de avião foi logo a primeira nova experiência. Medos na altura: acertar no peso das malas, passar sem stress pelo detetor de metais (por razões e saúde) e o restante é tudo que envolve estar dentro de um avião. 

Achei o avião com espaço reduzido, como se fossemos todos num autocarro ali coladinhos uns aos outros. A viagem foi relativamente curta o que para mim foi bom pois estar ali naquele espaço apertado dá-me logo uns stresses!!

A chegada às acomodações foi pacífica até tivemos um almoço ao ar livre oferecido por um dos sindicatos que, ao que parece, estava a fazer uma acção para sensibilizar os trabalhadores a conviver na hora da refeição em vez de trazerem trabalho consigo. 

A visita à cidade com colegas que já cá estão a trabalhar foi boa mas muito cansativa pois a maioria de nós estava quase sem dormir porque o voo foi muito cedo. A certa altura eu só queria atirar-me para cima de uma cama!!!

No dia seguinte fizemos nova visita à cidade com mais calma e pudemos também tratar de assuntos como por exemplo marcar dia e hora para abrir conta. Ora pensavam que era só chegar ali e "ó faxabor quero abrir conta cá"? Enganam-se! Uma coisa positiva é realmente o banco estar aberto ao Sábado...coisa que em Portugal é impensável.

Felizmente o tempo tem estado bastante razoável apenas numa noite esteve um vendaval terrível, pelo que li, por causa de um furacão que andou por aqui perto, o George. Mas tirando esse dia mais cinzento e ventoso acho que ainda não "bati mesmo o queixo". As acomodações são quentíssimas, coisa que não estou habituada e que me causa algum receio pois as diferenças de temperatura em mim resultam quase sempre em amigdalite :S auch!!!

O caminho do hospital até à cidade demora a pé aproximadamente 15-20 min. Felizmente não é como em Odemira, bastante plano e incitador a essa caminhada em qualquer hora do dia. 

Algo que tenho gostado bastante é o facto de as pessoas serem bastante educadas e sorrirem ou cumprimentarem na rua mesmo não nos conhecendo. Para mim isso tem sido bastante positivo. Já o que me tem chocado é ver gente sem conta com obesidade e a moverem-se com muita dificuldade ou a usarem uma espécie de motas eléctricas para poderem ir às compras.

De modo geral acho que aqui é possível existir qualidade de vida pois a cidade tem zonas pedonais, extensas área verdes. Um bom mercado com frutas e vegetais vistosos, saborosos e do produtor, o que deveria incitar nas pessoas melhores hábitos alimentares.

domingo, 19 de outubro de 2014

No presente momento já estou no Reino Unido há 4 dias. Nenhuma adaptação é fácil mas também não é tão medonho como alguns 'velhos do Restelo' me quiseram fazer acreditar. Tenho sentido coisas muito positivas e isso é sem dúvida uma dádiva neste momento da minha vida. 

Volto em breve :)

segunda-feira, 6 de outubro de 2014

Ainda há gente a perguntar-me: "Mas porque é que te vais embora/ nos vais abandonar?"

E eu não sei se ria ou se chore....

Ah! E há até qume se faça ouvir com o "patrão paga certinho no fim do mês". Pois, o meu até ver em 5 anos também pagou certinho no fim do mês. E ainda assim eu vou privá-lo dos meus préstimos. Vejam lá, isto há coisas neste mundo...

domingo, 5 de outubro de 2014

Neste momento:

- iniciei "pausa" oficial no trabalho

- terminei com todos os contratos que tinha e concluí que quem quer fazer isto em cima da hora está tramado

- já troquei o sul pelo norte (santos ares)

- já tenho as malas e bilhete para a viagem (escolher o que levar - pânico!!)

- leituras em inglês diárias são obrigatórias

- ainda tive tempo de ter uma amigdalitezinha (hehe)

- adorei ler "Misery" do Stephen King e iniciei "The Castle of Otranto" do Horace Walpole

- está quase !!!!!!!!!!!!!!

terça-feira, 9 de setembro de 2014

O bom filho a casa torna

De todas as coisas que mais me têm atormentado é saber que descurei o meu cantinho. E de saber o motivo. 
Nada de sentimentalismos...perdi a motivação. Mas não foi só nesta actividade. 
Tentando saír desta apatia foram tomadas decisões e no fundo da questão era necessário regressar. Como diz o bom adágio português...regressei porque preciso disto. 
Quantos pensamentos se me ficaram apenas pelo "sonho acordado" das palavras pensadas e não escritas.

Decisão-base: saír do buraco.

Reflexão: Há cinco anos atrás saí da minha "zona de conforto", ou seja, casa dos pais, para atender à única oportunidade concreta até à data relativa a trabalho. Lá vim eu de mala aviada e computador atrás. Mal aterrei nesta terra não senti qualquer tipo de empatia, nem pelo lugar, nem pelas pessoas. Mas o dever da independência chamava por mim e então lá fiz das tripas coração para me vergar um pouco. Habituada que estava a ser sempre a pessoa estranha e a pessoa que fazia umas avaliações estranhas das coisas. Torci o meu orgulho e cá me deixei ficar. 

Chegada ao meu local de trabalho posso dizer que a minha adaptação não foi uma maravilha. E o que é que aconteceu? Fácil, pessoas. Ora é que eu cá tenho os meus conceitos sobre várias coisas como: educação, personalidade, competição, organização e até trabalho de equipa vejam lá! Toda uma panóplia de coisas que tenho guardado cá dentro, boçalidades para muitos. O choque começou mesmo quando tudo se estava a tornar numa angústia persecutória e nem uma alminha para compreender o meu sofrimento. Se fosse aborrecer os meus pais com todas as contrariedades que me aconteciam coitados, entravam em pânico com a distância. Não, lá me fiz de valentona e embrulhei tudo. E pensei que com isto me poderia fortalecer. Até certa medida acho que consegui. Fui aprendendo a contornar os problemas e a saber enfrentá-los. 

Devido à distância física de tudo o que eu conhecia melhor e gostava, não foram raras as idas aos correios para enviar o meu currículo para tentar fugir daqui o mais rápido possível. Fui inclusivamente a algumas entrevistas e tristemente, apesar de estar a trabalhar, haveria sempre um "não tem experiência em..." que se entrepunha à minha vontade.

No entanto o tempo ia passando e então decidi deixar-me estar sossegada uns tempos para conseguir experiência de trabalho e também o dito "tempo" que em muitos locais me era exigido.

Concentrei-me mais no meu enriquecimento a nível de conhecimentos, o que também não foi fácil nem motivado por quem devia. 

Vida social inexistente. E em boa parte a culpa é minha, ainda hoje o é. Sempre acabo por me deparar com pessoas que acham tudo em mim estranho e nem se dão ao trabalho de tentar perceber. Acabam por me catalogar e pôr de lado. Mas tudo bem, lá tive que superar isso também.

A certa altura Portugal mergulha a pique na crise e o que é que acontece? Cessam os concursos públicos e cessam as minhas remotas chances de voltar, pelo menos ao norte.

Então e agora deixo-me estar? Sim, deixei-me estar.

Por incrível que pareça acontece algo bom, conheço o meu namorado e ele vem viver comigo aqui para  a terrinha. Ora versada que estava já a nível de conhecimento das personalidades-tipo daqui cedo o fui ouvindo tecer comentários muito certeiros. Afinal eu não estava louca :D

Muitas vezes se ouve na televisão que Portugal recebe elogios rasgados como bom anfitrião. Estou convencida até hoje que o meu insucesso nesta terra poderia ter sido revertido se: fosse de facto uma turista estrangeira, tivesse dinheiro aos molhos, andasse sempre pelas tascas a apanhar brutas bebedeiras, me incluísse no grupo das alcoviteiras, passasse horas a fio na praça a "controlar" quem passa, onde vai e com quem vai. Ah! E por último, olhar qualquer estranho com desdém e de cima a baixo como se nunca tivesse visto um ser humano na vida. Até hoje não consigo entender esta cultura, este desnível humano, esta falta de tanta coisa. Conclusão: eu odeio esta terra e esta gente e não vou ter saudades disto!

No trabalho, acabo também por desistir de lutar contra a maré. "Todas as pequenas vitórias me souberam a pouco", como já antes dissera aqui. Tornou-se uma cruzada diária estar naquele sítio, a ver as mesmas pessoas a tomar partido das situações em vez de serem punidas. Então deixem-se lá ficar com essas pessoas medíocres que não estão interessadas no sucesso da instituição mas sim em se fazerem passar por "chefes" da malta e terem todos sob a sua rédea. Comecei a dar por mim num estado de alheamento total, quase como se estivesse a ver as coisas do lado de fora.

Tudo isto parece muito mau e foi...mas adquiri instrumentos para seguir adiante. Não me adaptei, é a vida, assumo e vou então à minha vidinha!

E foi então que se deu o tal empurrão. O tal, não consigo mais respirar e vou-me afogar. Chega de hipocrisia e injustiça, tem que existir um lugar melhor para mim. E vou à procura dele!

Não sei se o encontrei mas só pelo facto de ter conseguido saír deste buraco com um certa solidez, já valeu a pena! Mas não tem que ser sempre assim...não é?

Decisão tomada: novo emprego, nova vida.

Por isso que preciso disto, deste sítio, porque agora parece que vou recomeçar finalmente o que já devia ter começado!

Até breve!



domingo, 16 de fevereiro de 2014

The usual randomness

Lá encontrei o meu 'Sol de Inverno' hoje e foi muito bom! Retemperar energias para mais uma jornada nocturna. Entretanto terminei de ler 'The Langoliers' de Stephen King e gostei imenso, próxima história deste livro é 'Janela Secreta, Jardim secreto' e quando o ler vou-me lembrar muito do filme e principalmente do protagonista :D Ainda tenho toda a colecção da 'Guerra dos Tronos' por ler...lá chegarei! 

Foto de hoje:


Ao que parece o processo de 'escoamento' de terras está a demorar porque não me lembro de este local ter tanta água. :S e também é giro não saber o nome do sítio...mas sei ir para lá e sei que já lá passei com amigos. Nessa passagem foram referidas as seguintes frases: "isto é mesmo onde Judas perdeu as botas!" e "se eu quisesse assassinar alguém seria aqui o local ideal", por isso, já sabem que é um local com trânsito permanente!!!


Furnas - Vila Nova de Mil Fontes


Adoro esta música:

quarta-feira, 15 de janeiro de 2014

Músicas de 2013

Segue-se a lista das músicas que mais ouvi em 2013 independentemente do ano de lançamento dos respectivos albuns. A aplicação 'músicas mais ouvidas' ajudou bastante. Independentemente do género a lista não tem nenhuma ordem de preferência. Cá vai:

Ensiferum - In my sword I trust



Borknagar - The Earthling


Nightwish - Last ride of the day


Draconian - When I wake


Opeth - The lines in my hand


Behemoth - Ov fire and the void


Wintersun - Land of snow and sorrow


Anathema - Untouchable (part two)


Saí à rua naquela tarde de Inverno. A vontade dominada pelo sufoco de não conseguir mais resistir. Saí e vagueei. Na mente os sentidos da música eram preementes e pesados, as palavras quase que faziam o espaço à volta parecer com aquele lugar perfeito que perdi há algum tempo. Nos olhos passava um nevoeiro denso, daqueles que nos deixa apenas ver uns fiapos de realidade. E enquanto vagueei na rua, imaginei estar onde queria e ver aquilo que mais desejava. Para os outros mantém-se a estranheza daquela presença. Ninguém sabe bem o que é e quem é. Por mais que eu lute e mostre quem sou nunca será um acto epifânico. Porque por mais que me olhem nunca me conseguirão de facto ver. A respiração pesada de quem sobe colinas intermináveis, era um facto palpável de que eu realmente estava ali. Mas não estava.