segunda-feira, 13 de outubro de 2008

Esventro palavras, Professo melodias

“Há palavras que requerem uma pausa e silêncio, e há outras palavras que é preciso afundar logo noutras palavras” – Raul Brandão – Húmus (1917)

Em nome da memorável noite – 8 de Outubro de 2008 – Teatro Sá da Bandeira

Dark Matter - Porcupine Tree

Alor nocturno a sacudir levemente as cinzas dos ombros,
Os passos a contorcerem-se numa ansiedade peculiar.
Descia o asfalto, cabisbaixa,
Anestesiada com a diminuta ideia de libertar inconsequentemente
Toda a gravidade do corpo,
Ser sorvida por um buraco negro, universo paralelo/alternativo.





Não sou mais eu, são imensuráveis dedos:
Massa anónima perante a revelação dos deuses,
Degustaremos o absinto divino?
Os primeiros acordes suspiram e o bramir do êxtase
Impele as vozes a excogitar o seu espaço.
Embevecidos por um torpor concupiscente,
Permitimos os corpos baloiçar na bruma, intocável melodia.




As despedidas, sombras a dissipar a carne,
A inumar desejos, a deixar-nos sós.
Aguardamos na eternidade dos dias
O revisitar da esfinge descalça:
Renovado ardor da guitarra.

Texto: Lady Artemis

Fotografia: Pedro de Sousa

1 comentário:

Anónimo disse...

Porcupine Tree and Pure Reason Revolution...wow

“When the evening reaches here
You're tying me up
I'm dying of love
It's OK” – Trains*

“Dark matter flowing out on to a tape
Is only as loud as the silence it breaks
Most things decay in a matter of days
The product is sold the memory fades

Crushed like a rose
In the river flow
I am I know” – Dark Matter *-Porcupine Tree

(Obrigada pela oportunidade)