quarta-feira, 24 de junho de 2009

Tive uma ideia, vamos fugir!...

Evasão corpórea foi,

O branqueamento da alma e da mente.

Demente consegui...

A elevação acima da detereoração do

Sorriso, tornou-se tão mais cândido e sereno.


No destino, por entre a brisa do mar,

Senti o desacelerar das vozes,

O afastar dos sítios-mais-que-vistos,

O êxodo do compasso rotineiro!


Com novo fôlego,

O ar triturado com prazer

Na minha boca, sorvendo a tua,

O círculo foi traçado com firmeza

E a perfeição da sua curva

Delineou o espaço onde se obtém

Do que é necessário...o essencial!


A linha do nosso abraço,

Entrelaçado, um vácuo entre

Dois corpos de tão intrincados que

Estremecem sob uma energia...

Tão verdadeira que

Personifica a hecatombe da entrega total!


Quando perder o olhar

Nos meandros do silêncio e da espera,

Posso deleitar-me a relembrar os detalhes:

Tu, eu e o mar...




Neste sítio senti-me verdadeiramente livre...Com a pessoa certa...

Já agora, o blog já perfez um ano de existência, obrigado a todos quantos passaram os olhinhos pelo meu cantinho!! :)


Foto: Pedro de Sousa

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Se querem insultar alguém ,ao menos que seja com interjeições de alto nível!



"Estava um dia quente mas ela tinha um ar chupado, taciturno e frio.
- Diaba. Blasfema de Cristo. Apóstata. - Ao falar, a mulher olhou Sally nos olhos e, da boca, visível mesmo à distância, jorrou-lhe um borrifo de perdigotos. A voz era grave, monótona e educada.
- Cabra ímpia. Rameira da Babilónia. Filha de Satanás. Que Deus te condene, a ti e aos teus!
Sally não reagiu. Olhou fixamente para a mulher e tentou rezar por ela."

(in "As quatro últimas coisas", Andrew Taylor)

domingo, 14 de junho de 2009

Anjo e Demónio

Na marcha turva da minha existência, como ser submerso no Universo e subserviente dos seus teoremas, acho-me num jogo de rotações como uma boneca de trapos, inanimada!
Acredito que a nossa energia, colide com a do Universo alheio e tem uma acção... E acredito que já encontrei alguns "sugadores" da minha energia... Queria que me esquecessem, que parassem de enviar mensagens que não terão resposta!
A sobrevivência é algo que devemos zelar, na protecção e preservação do nosso espaço, na manutenção do nosso equilíbrio interno, no rodopiar normal do nosso humor... Não quero ser consumida por inveja, por presunção, por egoísmo nem pela maldade! Quero viver e deixar viver, sem incómodos de maleficiência!

domingo, 7 de junho de 2009

A sereia solitária


Sob o crepúsculo lunar,

De uma qualquer lua do Universo,

Acossado por cânticos loucos

De invocações ancestrais dá-se

A génese do ser aquático,

Carpido de promessas de ventura.

Formosa, esguia figura que enlaça mortalmente

Os néscios que se deixam cativar,

Nas ondas do seu caudal!

E entoando as profecias da sua concepção

Finca as garras no sopro da vida alheia,

O néctar da sua sobrevivência!

Noiva estelar emergindo de águas

Pulsantes de obscuras formas de vida!

Irmã abençoada no altar do plenilúnio

Encoberta de véus flutuantes,

Ventos visíveis, magenta!

Na alquimia perfeita de sombra e pálida luz,

O clamor do nascimento, o abrir de olhos,

O expulsar da dormência!

Recoberta da vida marítima,

Em torno dos seus fiapos de cabelo, flutuando

Se dá o início, o primeiro passo...o caminho...o horizonte!


(um dos poemas enviado para o concurso de novos talentos 'Ministério da Poesia 2009')